O amigo Roberto Almeida nos brinda hoje com uma análise sóbria, despida de paixões, sobre o resultado das últimas eleições em vários municípios da nossa região. Acompanhem a análise, e observem o que esse renomado jornalista do nosso estado fala de Bom Conselho.
Recado aos Prefeitos

Os moradores de São Bento do Una e Lajedo mostraram claramente que não estão muito satisfeitos com os prefeitos dos dois municípios. Padre Aldo venceu duas eleições com mais de oito mil votos de frente e agora perdeu na disputa de deputado estadual para o vereador Wasghinton Cadete, que foi majoritário com Alberto Feitosa. O deputado Macantônio Dourado, que já teve de 8 a 10 mil votos em sua terra, disputando contra Adelmo Duarte, este ano somou pouco mais de 6 mil, enquanto a oposição apoiando um "forasteiro" totalizou mais de 4.587 mil votos. No primeiro município Wasghinton é forte candidato a prefeito e no segundo, surgindo um nome novo, ou mesmo Pedro Melo, as oposições podem dar trabalho a Antônio João Dourado se ele não der uma guinada em sua administração.
Mesmo em Caetés, apesar do forte domínio de Zé da Luz, houve a meu ver uma ligeira sinalização de que o povo está cansando. Ana Arraes teve pouco mais de 6 mil votos para federal. O ex-prefeito teve a mesma coisa que a mãe do governador. Eu esperava que ele tivesse oito por lá. Caso não passe pelo TSE vai chegar em 2012 desgastado e o outro lado pode dar trabalho. É bom lembrar que a última eleição, com Aécio como candidato, foi decidida por 500 e poucos votos.
Em duas cidades do Agreste, os prefeitos deixaram evidente sua liderança. Marco Calado, de Angelim, e Álvaro Porto, de Canhotinho, não somente fizeram seus majoritários, mas permitiram que Serra e Jarbas tivessem seus melhores índices na região. Não é fácil em Pernambuco ser contra Lula, um verdadeiro Padre Cícero para muitos, e dar votação expressiva à oposição.
Dois dos prefeitos da região assumiram em situações semelhantes: Judit Alapenha e Dudu, em Bom Conselho e Capoeiras, pegaram prefeituras na pior situação possível. Moradores e funcionários públicos viciados, dívidas com a previdência, sucateamento da saúde e educação e uma dúzia ou mais de pendências junto ao Governo Federal, impedindo os municípios de receberem recursos extras da União. O prefeito e a prefeita, mais sérios que seus antecessores, rejeitando o fisiologismo desenfreado, comeram o "pão que o diabo amassou". Foram dados como liquidados politicamente e muitos imaginaram que iriam perder vergonhosamente a eleição. Aconteceu o contrário: Judit e Dudu deram maioria de votos a seus candidatos, numa clara sinalização do eleitor que está entendendo a mudança. Faltam ajustes, claro, porém nos dois anos que têm pela frente têm tudo para se consolidar, realizar mais em termos administrativos e sepultar de vez as velhas lideranças.
Acredito que esses foram alguns dos recados dessas eleições. Existem outros, é óbvio. Cada um dos nossos leitores, os companheiros bloggers, os jornalistas e radialistas da cidade podem aprofundar o assunto. Uma das vantagens da internet é essa: escrevemos alguma coisa e outras pessoas vão completando, preenchendo lacunas de modo que a análise se complete. Política é um processo muito dinâmico, já se sabe, e quem não está atento a isso termina "dançando".
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